Por: Aristides Faria
Desde muito jovem eu me incomodava com os rótulos que a cidade de Santos e mesmo a recebia de quem não conhecia a região: AIDS, poluição, violência, falta de identidade (Baixada Santista x Baixada Fluminense, por exemplo), entre outros.
Há alguns anos “lançaram” uma campanha publicitária sugerindo que a praia da cidade de Santos era a praia dos paulistanos. Os outodoor’s fixados às margens da Rodovia dos Imigrantes logo foram removidos dado o descontentamento dos santistas. Faz sentido, mas, particularmente, nos reduz a uma espécie de quintal. E dada nossa grandeza, complexidade, importância e relevância história torna-se caótico.
Bem, muito se fala no apagão de mão de obra em todos os setores. Falta mão de obra qualificada e a isso se devem os baixos índices de produtividade do setor de serviços. Faz sentido e, naturalmente, há muita verdade nisso. Gostaria, entretanto, de sugerir uma reflexão sobre o que chamo de “apagão institucional” pelo qual passa o setor de turismo atualmente – notadamente desde 2012.
O vice-governador eleito do estado de São Paulo, Márcio França, criou em 1° de janeiro de 2011 (Decreto n° 56.635/2011) a Secretaria de Estado de Turismo (SETUR). Esse marco registra uma reversão do pensamento gerencial sobre turismo em São Paulo. Esse evento possibilita vislumbrar um setor profissionalmente administrado e fomentado em todas suas dimensões.
Dada a fundação da SETUR, diversos setores, departamentos e cargos tiveram suas atribuições modificadas. Novas instituições, inclusive, foram criadas. Bem, ocorre que a história mais recente, no litoral do estado, não é tão colorida. Além do “natural” apagão de mão de obra, há um apagão institucional.
Não existe representatividade no turismo, as entidades empresariais não consideram o assunto – dada a falta de presença citada – e os profissionais do setor não parecem se sentirem representados por algum órgão ou profissional representativo. Há esforços pontuais e isolados. Profissionais e empresas lutando heroicamente para (sobre)viver da atividade e com pouca ou nenhuma perspectiva de investimentos sólidos no segmento.
Espero que nessa virada de governo (2014-2015), seja possível virarmos a página desse passado recente. Lamentavelmente, os esforços pela manutenção do poder passam ao largo de uma ação governamental consistente, que trate de dinamizar o setor.
Motivado pelo pleito eleitoral de 2014 desenvolvi a Agenda Propositiva do Turismo | Baixada Santista (
www.facebook.com/agendapropositivadoturismo). Na útlima sexta-feira (31/10) tive a grata felicidade de apresentar o relatório final ao deputado estadual eleito Caio França (PSB-SP). O encontro foi promivido pelo Vereador Cesinha e o ilustre amigo Marcelo Strama em Itanhaém (SP).
Esses quatro profissionais juntos, (re)pensando o turismo regional poderão ajudar a revertar o referido "apagão institucional" pelo qual passa o setor de turismo na Região Metropolitana da Baixada Santista. Estejam certos!
Foto: Canal de Bertioga (SP), Aristides Faria.
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